quinta-feira, fevereiro 25, 2010

Só não me deixe assim tão solta.

Eu posso suportar bater o dedo mindinho nas quinas da vida. Posso agüentar comer menos, cortar o açúcar e até o chocolate. Até pepino e alface crespa eu agüento. Posso tolerar pessoas falsas ao meu redor. Posso conseguir acordar cedo todos os dias e correr em uma esteira de uma academia de bairro.

Mas, não, não me deixe assim tão solta. Porque quando você solta da minha mão me dá um quê de nervoso, um quê de abandono. Faça a gentileza de me querer, de me prender. Saiba ser meio meu, meio do mundo. Mas que eu sinta que posso competir com o mundo. Que às vezes eu preciso de um cais pra aportar, de um abraço pra me aconchegar. Preciso de uma poesia real para pôr no papel. Preciso ter certeza de que minha música tem dono. Preciso dar espaço no meu colo. Entre meus braços há um vazio triste. Meus dedos pedem alguém pra afagar. E os meus pés querem um par de companhia.

Não, não me deixe solta por aí, que eu posso me perder. E aí quem é que vai me achar?

5 comentários:

FM disse...

Mas escreve tão bonito meu Deusoo...

Si Faustino disse...

AMIGA, VOCÊ AINDA NÃO LEU O LIVRO QUE DEI???

Brinks, nem ligo. Até hoje, 'O Dia do Curinga' está pela metade lá em casa. Fico feliz que começamos a aproveitar o tempo, sem deixar de nos encontrar e nem abandonar nossos pequenos espacinhos de catarse. Eu criei outro blog, chama "Jornal de Bolso". Mas não entra, que não tem nada lá ainda. rs

Alana disse...

Eu te acho. Até nas esteiras de academias de bairro.
Naquela rua escura? Na beira do abismo? Eu te acho, sim.

through the eyes of a DIVA disse...

gosto muito do teu jeito de escrever, de fazer simples palavras fazerem todo o sentido. Parabéns!!

salamandra mágica disse...

Obrigada, "through the eyes of a DIVA". Bom é ter gente sensível no mundo que saiba ler palavrinhas e se enternecer com elas =)