sexta-feira, agosto 22, 2008

O tudo é uma coisa só


Ai, gente! Vamo abstrair? Hoje eu vou de música! E tem uma aqui que a gente baixa de grátis na Trama virtual (http://tramavirtual.uol.com.br/artista.jsp?id=6273) e que é música rara. Procês e pra mim, "O Tudo é uma coisa só", dos raros do "O Teatro Mágico":



"Tem hora que a gente se pergunta
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?

Boneca, panela, chinelo, carro
O nó que eu desamarro surge pra me dar um nó
Você aparece de repente e coloca em minha frente a dúvida maior
Se tudo que eu preciso se parece,
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?

Tem hora que a gente se pergunta
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?

Balaio... de domingo eu não saio
De bambu e corda... só se for pra rezar
Luz... no cabelo e nos olhos
No sorriso do justo feito pra iluminar

Cruz... na parede e no púlpito
Nas nossas costas de súbito
Pesadas pra se carregar
Porta... abre e fecha o caminho
O balaio eu carrego sozinho
E ilumino esta cruz com meu jeito de andar... porque...

Tem hora que a gente se pergunta
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?

"A gente fica meio... meio desencontrado do que a gente é... né?
... se abusá não dá nem tempo de aprendê as coisa..."

Mãe, primo, pai, avô, padrinho
Zelador, juiz, vizinho
Tio, cunhado, irmão, avó
Família é um assunto complicado
Quem não gosto mora ao lado e o mais velho mora só
Pois traga um colchão aqui pra sala
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?

Tem hora que a gente se pergunta
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?

Poeta, ouvidor, desenhista, músico, malabarista...
Comediante o que for
Todo mundo procura um lugar, pra poder compartilhar...
Da dor e da alegria
Sarau em Arcoverde só de sexta venho aqui reivindicar
Eu quero isso todo dia
Sarau na Arcoverde só de sexta venho aqui reivindicar
Eu quero isso todo dia

"Para os manos daqui... para os manos de lá!"

Tem hora que a gente se pergunta
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?

Católico, evangélico, budista, macumbeiro, corintiano
Espírita ou ateu
Todo mundo busca a paz interna, tâmo aqui pra ser lanterna
Foi assim que Ele escreveu
Palavras e palavras e palavras
E ainda acham que o deus do outro não pode ser meu

Tem horas que a gente se pergunta
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?

Quando juntarmos você comigo...
Cordão umbilical e umbigo
A gente vai ser só um
E até lá eu não vou caminhar mais sozinho
O distante será meu vizinho
E o tempo será
A hora que eu quiser!!! Oras!!!

Tem horas que a gente se pergunta
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?"

Quando juntarmos você comigo...
Cordão umbilical e umbigo
A gente vai ser só um
E até lá eu não vou caminhar mais sozinho
O distante será meu vizinho
E o tempo será
A hora que eu quiser!!! Oras!!!

segunda-feira, agosto 18, 2008

O filho que eu quero ter


Sorrisos de dentinhos de leite e passinhos pequenos e mãozinhas minúsculas. Palavrinhas ditas meio eladas, reflexões inusitadas, cabelinho fino, risadas fora de hora, cosquinhas. Choros no meio da noite e bracinhos que pedem proteção em um abraço.

Certo, há quem diga que criança dá muito trabalho e que Deus as livre de ser mães/ pais. Há quem diga não querer colocar mais um ser no mundo "para sofrer". Para sofrer? Não, não. É para ajudar, para ensinar a lutar, para ensinar a ser diferente, a fazer a diferença, a mudar centenas de coisas no mundo que muitos pais não souberam ensinar para os filhos na geração passada. É para abraçar, para se sentir responsável de verdade, para tentar ser melhor só para dar o exemplo. É dar a mão para caminhar junto e ajudar a dar os primeiros passos, no sentido literal e no figurado.

Acho que todo mundo já sabe que um dos meus maiores sonhos e desejos é ser mãe. Mas não é ser qualquer mãe dessas que a gente vê em cada esquina. Não é ser aquelas mães que olham pro filho como se ele fosse um rei tirano, nem ser aquelas que olham pro filho como se ele fosse qualquer coisa nem muito menos daquelas que nem olham pro filho. Não. Eu quero é a cumplicidade, tardes de risadas, contar histórias antes de dormir, cantar e embalar, tirar milhares de fotos e lembrar depois com saudade, ensinar o que é música boa, o prazer que é ler, como Deus nos criou para sermos felizes um dia. Eu quero é cantar Beautiful Boy bem baixinho enquanto um pequenininho estiver dormindo profundamente sonhando com o futuro (Close your eyes, Have no fear, The monster's gone, He's on the run and your mom's here/ Beautiful, beautiful, beautiful/ Beautiful boy).

Eu quero quartinhos coloridos, manhãs de domingo cheias de amor e praças e músicas e danças esquisitas. Eu quero que pezinhos pequenos subam nos meus para imitar meus passos de dança loucos. Eu quero achar um lugar só nosso para a gente passar as férias. Eu quero ter que aprender um monte de coisas para ensinar alguém a ser gente de verdade, menos egoísta, menos orgulhosa. Eu quero ajudar alguém a entender que é bom se preocupar mais com os outros, com os animais, com as plantas, com a casa que é de todo mundo.

"Mas crianças crescem", você diz. É verdade, mas não me importa. Eu também cresci e meus pais ainda me amam, vejam só. E eu acho que eles definitivamente fizeram um bom trabalho me educando (e eu espero que eles saibam que tudo que deu errado é culpa minha mesmo). E mesmo grande eu ainda tenho manhãs de domingo legais, lugares especiais, férias em família e dias de risada. Certo que hoje eu já não sou mais tão fofinha e cuti cuti, mas acho que meus pais ainda acreditam que eu sou, sim. Não são os pais que sempre acham os filhos bonitos? E eu também vou achar isso dos meus filhos, tenho certeza.

Aí vem um e diz que também quer ser pai/mãe, mas que quer "um casalzinho", ou "uma menininha", ou "no máximo 1 filho". Aí eu tenho três comentários para fazer. 1) Eu quero quantos filhos meu dinheiro permitir, porque também não adianta ter uma reca de filho e não poder cuidar. Vá lá que pensando assim não vou ter tantos quanto eu gostaria, porque meu dinheiro é meio curto, mas aí entra o comentário 2: também não quero só um filho, né? Porque eu quero que meus filhos sejam antes de tudo amigos entre si e ser filho único deve ser muito triste. Então tem que ser mais de um. E o terceiro comentário: acho ri-dí-cu-lo quem quer escolher o sexo do filho. "Ah, mas eu queria primeiro uma menina", "ah, mas meninos são mais fáceis de cuidar", "ah, menina a gente pode enfeitar". Tsc, tsc, tsc. Quem pensa assim espera um pouquinho, que ainda não tá preparado pra ter filho. Porque eu acho que querer ser mãe não é só querer matar uma vontade sua, não. Não é igual a pedir uma Barbie para o papai Noel. Você tem que estar preparado para vir Susy, Barbie, boneca de pano, o que for. Porque quem pede um filho pro Papai que não é o Noel, tem que querer é formar uma família. Aí pode ser que Ele mande menina, menino, gêmeos, trigêmeos. Pode ser que Ele permita que nasça um ou vários do seu útero, ou que coloquem na sua porta, ou que você adote. Mas aí são só detalhes para quem quer realmente ter uma família com filhos.

Eu quero. Um dia.

"É comum a gente sonhar, eu sei, quando vem o entardecer
Pois eu também dei de sonhar um sonho lindo de morrer
Vejo um berço e nele eu me debruçar com o pranto a me correr
E assim chorando acalentar o filho que eu quero ter
Dorme, meu pequenininho, dorme que a noite já vem
Teu pai está muito sozinho de tanto amor que ele tem"

segunda-feira, agosto 11, 2008














Porque eu também sou meiga, ué.

Amarga

Okei, existem os momentos felizes, os momentos indiferentes e os infernos astrais. Porque eu poderia escrever aqui sobre a minha infância feliz, os filhos que quero ter, o futuro que eu espero ou sobre amigos que amo. Mas hoje não! Hoje eu tô a fim de escrever sobre coisas que odeio. A minha mãe vive dizendo que odiar é uma palavra muito forte. E eu até admito que você odiar na maioria das vezes te deixa mais e mais infeliz, mas o que que eu posso fazer, né? Agora, seria legal se você não tivesse coisas para odiar, mas não é o caso ainda. Quem sabe daqui há uns 300 anos, né? Inferno astral é inferno astral e as coisas que te fazem se sentir mal vêm à tona e parece que aquilo que você chama de "seus problemas" pesam 1 tonelada a mais.

Certo, começarei a série "Basta!".

Odeio, por exemplo, semi-conhecidos ou desconhecidos sem-noção que acham que tem intimidade suficiente para falar pegando em você. Alisa seu braço, segura no seu ombro. Urgh. Um dia desses vou parar tudo, interromper o diálogo(?) e dizer: Basta! Vem cá, eu te conheço? Ah, nem os meus amigos mais próximos fazem isso. Já deu, viu?

Outra coisa que não suporto: gente que adora se fazer de vítima. Aquelas pessoas que são sempre coitadas, os problemas delas são sempre os piores, nada na vida delas dá certo e o bom mesmo será quando elas morrerem porque não atrapalharão a vida de ninguém. Oi? Você tá passando fome, querido(a)? Seus pais morreram num acidente trágico e você passou 10 anos da sua vida rolando de abrigo em abrigo? Precisa sustentar uma família de 10 membros com um salário mínimo? Não? Então beijosmebloqueianomsn, tá? Já me basta eu me fazendo de vítima para mim mesma, ainda tenho que agüentar os outros? Não, gente, porque uma coisa é você não agüentar seus probleminhas em um dia, uma semana, um período de inferno astral, vá lá. Mas todo dia já é exagero, vamo me poupar, certo?

Tão fácil lembrar de coisas que a gente odeia, né? Meu espírito protetor tá aqui do meu lado me lembrando que eu ainda tenho muuuito que evoluir. Eu consigo um dia, tá? Eu me esforço, cara.

Olha outra coisa que me dá nos nervos: me culparem de algo que não fiz. Taí: odeio! Se eu tiver feito algo errado, okei, pode brigar, falar, ensinar o certo e tudo mais. Eu costumo admitir quando erro. Mas não vem me culpar das coisas que não fiz, que eu detesto injustiça. Pego um abuso de gente que não quer admitir que errou e joga a culpa pros outros. Eu admito, por exemplo, que não consigo falar com que me chateio. Admito que não sei mais olhar nos olhos, que evito o diálogo até não dar mais pra adiar e que finjo que a pessoa não existe para melhor passar, prontofalei! Mas o que eu não admito é ter gente divulgando por aí que eu sou assim, assada, que fiz isso, aquilo, sem eu ter feito, né? Não, não dá. Se eu ainda tinha a esperança de consertar determinadas coisas e depois conversar e voltar às boas, depois que me acusam de ter feito algo que não fiz, só vou fazer as pazes obrigada, dente trincado, certo? Pego abuso.

Outra coisa: eu não sei dançar, certo? (Aí você deve estar se perguntando: que é que isso tem a ver?). Tá, eu não sei dançar, quando todo mundo tá no passo 10, eu ainda tô enganchada do passo 2, é assim mesmo. Mas, tá, não morro por isso, não. É por isso que a-do-ro música sem dança ensaiada. E se for ensaiada vou dançar nada a ver, mas e daí? Eu gosto de dançar engraçado, abrir os braços do nada e shake it up baby now! Bater palmas, gritar e cantar olhando engraçado pra minha irmã: adoro! Me sentir a astro do rock? Amo. E balançar a cabeça assim seguindo os acordes daquela música. Yeah, yeah, yeaaah! Certo, e o que é que eu odeio? Odeio aquelas pessoas malinhas que ficam te observando só para dizer que você dança feio, engraçado, parece uma doida e etecétera. É, danço engraçado, mesmo, e daí? Tô num concurso de dança, por acaso? Precisava estragar o meu barato, precisava? Ah, pega teu par e vai dançar com teus passinhos bonitos, ué. Me deixa.

Mas também não odeio só o que os outros fazem comigo. Odeio também coisas que eu faço e deveria não fazer. Ou coisas que eu não faço e deveria fazer. Não sei dizer bom dia olhando nos olhos de pessoas desconhecidas. Não sei ser amigável o tempo todo. Não sei dizer um elogio naturalmente, por mais que eu sinceramente queira elogiar. Não sei marcar conversas de desabafo sem que soe estranho. Não sei me afastar o suficiente das pessoas que eu deveria me afastar. Não sei dizer sempre tudo que eu tô pensando. Nem sempre sei dizer não. Nem sempre sei dizer sim. Nem sempre consigo ser clara. Sempre escolho as opções erradas nos momentos errados. Ou escolho as opções certas nos momentos errados. Só me lembro de dizer certas coisas quando a conversa já acabou. Fico remoendo coisas que não tem mais sentido. Nutro sentimentos infundados (bons ou ruins). Não consigo ser grossa ou delicada nos momentos que exigem grossura ou delicadeza. Eu sou estranha* e ponto.

Mas o que mais odeio é quem faz questão de me apontar essas coisas. Tá, eu penso nisso todo dia. Porque as pessoas adoram olhar pros nossos defeitos, né? Se eu tivesse adotado 10 crianças ou doado todo o meu salário para instituições de caridade ninguém iria comentar. Se eu tivesse ajudado velhinhos a atravessar a rua ou dado aulas de graça em uma escola necessitada ninguém ia saber, ia? Ah. Não sei nem como terminar mais esse texto. Então: basta!

*Essa é para a Gisele:
Estranho:
Acepções
adjetivo e substantivo masculino
1 que ou o que é esquisito, que ou o que se caracteriza pelo caráter extraordinário; excêntrico
Ex.: <é um e.>
2 que ou o que é de fora, que ou o que é estrangeiro
Ex.: é um (indivíduo) e. àquela comunidade
adjetivo
3 que causa espanto ou admiração pela novidade; desconhecido, novo
Ex.: cultura e.
4 que, de alguma forma, foge aos padrões de uso, aos costumes estipulados pela sociedade
Ex.: o e. comportamento dos jovens
5 que não se conhece ou reconhece; que desperta sensação incômoda de estranheza
Ex.: achou-o muito e., bastante mudado
6 que não faz parte de, que não pode ser identificado ou relacionado com
Ex.: este é um item e. ao programa do partido
7 que se esquiva, que foge ao convívio
8 misterioso, enigmático ou que levanta suspeitas
Ex.: crime e.


"Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor

Mentira"

sexta-feira, agosto 08, 2008

todos os sonhos do mundo

Parece que ela acordou diferente. Não disse bom dia (mas sorriu pra um dia bom). Parece que faltaram palavras. Parecia mesmo era que as palavras saíam era dos olhos dela. Foi assim, foi assim que ela viajou pra longe. Não disse tchau, não (apesar de ter quem diga que viu um tchauzinho no canto do olho comprimido pelas bochechas que sorriam). Aí não teve ninguém chorando, não teve ninguém com lenço na mão acenando adeus. Mas ela foi. Não olhou para trás, não disse nada. Ela só foi. Porque ela não queria ser rica, ela não queria ser famosa, ela não queria nem mesmo pintar o nome dela de verde limão nas páginas da vida. Ela só queria ter o direito de ir. Ah, ela só queria voar, como nos sonhos onde ela levitava e aterissava no chão bem suave. Ela só queria crescer e ser criança ao mesmo tempo. Ela só queria não se importar com o que os outros dizem. Ela só queria que chocolate fosse a comida mais nutritiva do mundo. Ela só queria ser uma mãe como os pais dela foram pra ela. E ter filhinhos sorridentes que adorassem ouvi-la cantar antes de dormir. Queria conhecer muita gente, ter coragem de provar comidas estranhas, andar de trem, fazer amigos por aí, falar todas as línguas do mundo. Ela queria, queria, queria...

Aí alguém cutucou o braço dela. Oi? Aí perguntaram se ela estava pensando na morte da bezerra. Essamenina que sempre sonha acordada, disseram. Parece que não tá aqui essamenina, disseram. Mas ela não tava mesmo. Ela tinha começada a viagem, lembra? Ela não disse tchau, não (apesar de ter quem diga que viu um tchauzinho no canto do olho comprimido pelas bochechas que sorriam). Não teve ninguém chorando, não teve ninguém com lenço na mão acenando adeus. Mas ela foi, lembra? É que ela viajava mais era assim, parada, essamenina. Ela não era nada, não podia querer ser nada. À parte isso, essamenina tinha nela todos os sonhos do mundo.

"Não sou nada
Nunca serei nada
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Estou hoje vencido, como soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer."
(Fernando Pessoa)

quarta-feira, agosto 06, 2008

Dia bom.

Quando as frescas e transparentes gotinhas de orvalho

caídas das folhas verdes

molharam meus óculos azuis

nessa manhã clara e amarela

meu dia ficou furta-cor.


"É de manhã, vem o sol/
Mas os pingos da chuva/ que ontem caiu/
Ainda estão a brilhar/ Ainda estão a dançar/
Ao vento alegre/ Que me traz esta canção"

segunda-feira, agosto 04, 2008

Aproveitando essa vibe de alimentar o blog, vou postar mais uma. Essa não é sensível porque oi? acho que já deu por hoje! Mas enfim. Tô vindo aqui para demonstrar minha indignação. Genthi, que tá faltando homem toda mulher hetero sabe, néa? Não que eu esteja aí desesperada " a procura" porque acho isso uó! Mas, vem cá, além de tudo, temos que conviver com homens que não servem, é? Ah, porque vem um que nem te conhece pedir dinheiro emprestado (oi? tenho cara de Bradesco?) e vem outro que você achava que era teu amigo e te manda um vídeo dizendo que não existem amigas, mas mulheres que você ainda não teve a oportunidade de "pegar". Aí vem aquele outro que te deu um pé nos fundilhos do nada querendo ser amiguinho de novo e você tem que pagar de amiga-confidente? Além daqueles vários lindos e inteligentes que você pensa que estão te dando supermole, mas no fim você descobre que são gays. Sou só eu, ou todo mundo viu algo de errado aqui? Bas-ta. Cansei, genthi. Vou trabalhar, ver filmes, comer chocolate e postar no meu blógui! Cansei.

Aí quando você fala "não, mãe, sei nem se um dia vou casar" dizem que é você que não procura direito. Oi? Onde mais a gente pode procurar? Quem souber, beijosmeescreve!

Prontodesabafei!

"Essas marés montantes do passado"

Hoje eu vou falar de música. Existem músicas e músicas. E existem também gostos e gostos. Mas tem isso: ainda que eu ame o Ney Matogrosso e você não o suporte (morra, morra!) e ainda que eu abomine "Aviões do Forró" (Oi? O blog é meu e eu não consigo deixar esse nome do mesmo tamanho do do Ney) e muitos seres deste Ceará amem, música imprime, marca mesmo. Seja uma letra marcante seja um popzinho sem graça, todo mundo tem a sua música. Não tem quem não pense em alguém ou algo quando ouve aquela música. Ou naquela situação. Ou naquele fim-de-semana.

Para mim a vida só funciona com trilha sonora. Às vezes eu me acho meio Truman. Parece que minha vida é um filme estranho, e eu já escolhi a trilha sonora de cada ceninha dele (Ca-la-ro que Ney está em muitos destes momentos). De vez em quando eu me pego pensando em alguns momentos da minha vida e a música sai rolando na minha cabeça, como se fosse uma cena de filme mesmo. Tem coisa mais legal do que ouvir aquela música que você não ouve há cem anos e lembrar daquela florzinha que você ganhou naquele momento especial? Ou daquelas manhãs de domingo? Vem aquele estremecimento repentino e automaticamente vêm as lembranças.

Djavan me lembra manhãs de domingo quando eu era criancinha e ainda dançava pisando nos pés do meu pai. E tem aquela do Milton Nascimento que o meu pai cantava para eu dormir e dá vontade de chorar quando ouço: "Porque ainda é inverno em nosso coração/Essa canção é para cantar/ Como a cigarra acende o verão/ E ilumina o ar/ Si, si, si, si, si, si, si, si...".

Tem todas as da Legião Urbana que são minha adolescência, quando eu colecionava letras de música, morria de amores, não dava bom dia pras pessoas e só usava saia jeans e blusas com a cara do Renato Russo estampada ("Tenho andado distraído/ Impaciente e indeciso/ E ainda estou confuso/ Só que agora é diferente/ Estou tão tranqüilo/ E tão contente").

Tem aquela breguinha do David Duarte (e que adouro), "O que eu queria" que me lembra meu primeiro beijo (que puro :~). E tem também a do Paulinho Moska, que me lembra meu primeiro amor: "Eu estou pensando em você./ Pensando em nunca mais/ Pensar em te esquecer" (que puro :~ [2]).

E embora eu tenho um medo horrível a essas marés montantes de passado (como diria Quintana) é sempre bom relembrar o passado. O bom e o ruim. (Tá, nem sempre é bom, mas às vezes vem sem querer).

Kenny G me lembra minha mãe. Ednardo me lembra Pacoti. O Teatro Mágico me lembra Alana. Los Hermanos me lembra Nayana. Kid Abelha me lembra Gisele. Bethânia me lembra Eduardo. Música brega me lembra Joélia. Beto Barbosa me lembra a Fáti ("Tens de me dar...", xD). Fuscão Preto me lembra o AVE. 80's me lembra Simone. Ah, e tem a música da "manga de vez", que só me lembra da Dháfine! E tem mais mil que me lembram mais coisas, histórias, pessoas, lugares.

E eu poderia passar horas falando das músicas marcantes na minha vida. De momentos especiais. De pessoas especiais. De acordes especiais. De espaços especiais.

Agora me diz: qual é a sua música especial?

E bem aqui vem a minha especial. A do momento. A de sempre.
"Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo/ Eu acordei com medo e procurei no escuro/ Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo/ Porque o passado me traz uma lembrança/ Do tempo que eu era criança/ E o medo era motivo de choro/ Desculpa pra um abraço ou um consolo/ Hoje eu acordei com medo mas não chorei/ Nem reclamei abrigo/ Do escuro eu via um infinito sem presente/ Passado ou futuro/ Senti um abraço forte, já não era medo/ Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim/ De repente a gente vê que perdeu/ Ou está perdendo alguma coisa/ Morna e ingênua/ Que vai ficando no caminho/Que era escuro e frio mas também bonito/ Porque era / iluminado/ Pela beleza do que aconteceu/ Há minutos atrás".