sábado, agosto 13, 2011

Eu me fiz.

É que eu me fiz assim alheia. Assim, sonhando. Assim, pensando ao mesmo tempo no passado, no presente, no futuro. No futuro. E embaralhando, e misturando os três. Desde criança tive essa boca aberta, que não se fechou com anos de de tratamento odontológico e fonoaudiológico. Olhos alheios, boca aberta. Embasbacada com o mundo. O bem e o mal do mundo. As pessoas do mundo. As cores do mundo. Os sentimentos do mundo.

É que eu me fiz assim: sozinha em mim. Mas querendo ser duas, três, quatro, mil. Mas no fim, ainda sozinha em mim.

É que eu me quis assim: pôr do sol no mar. Frio no verde colorido. Mãos, braços e abraços. Sorrisos, alegria. Sair correndo na chuva. Eu me quis chuva! Escorrendo, correndo, passando feliz.

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Marcando o tempo pelos arrepios

Conheci o poeta Carlos Nóbrega quando trabalhei em um programa de cultura em uma rádio há alguns anos. Não ele pessoalmente, mas a poesia dele (que não deixa de traduzi-lo). Desde então sempre leio e releio os 2 livros que tenho: Breviário e Árvore de manivelas. Quero encontrar os outros e devorá-los como fiz com esses que moram na minha prateleira.

Hoje esse poema do livro "Árvore de manivelas" me encontrou:

"Tempo não é dinheiro
Carlos Nóbrega

Eu marco o tempo pelos carneiros
que vivem nas nuvens
e que se desmancham em rostos e nada.
Marco o tempo pelo vôo das pipas
o cair dos dentes
e o nascer dos seios.
Eu marco o tempo pelos arrepios."

Leiam entrevista recente com ele aqui

domingo, fevereiro 13, 2011

Queria saber escrever versos muito lindos

Queria saber escrever versos muito lindos para presentear com música e sentimento. Mas minha sensibilidade ainda não chegou ao patamar mais alto. Quando a música deixar só de entrar em mim, para então também poder sair, talvez eu possa dizer que avancei para um nível cobiçado na escala dos sentimentos. Pudera eu. Mas, por enquanto não. Por ora, sou só espera.

Quando eu for um dia poeira de estrelas,
quando for o firmamento meu lar
(Eu: ansiosa a esperar);
Quando a Lua estiver tão mais próxima
que eu nem possa mais cobiçar -
E Ela estiver tão branca
e grande
e cheia pra sempre
que seja impossível não contemplar
- e vai estar;
Quando eu não precisar fechar os olhos
Para poder sonhar;
Eu espero conseguir não querer o impossível
Nem sonhar com o que não vem
(Nem nunca virá.)
E me conformar!

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Em memória.

Alguns dizem que perdemos pessoas queridas quando elas morrem. Não acredito que as percamos. Elas é que se acham.

sexta-feira, janeiro 07, 2011

Quem vai dizer tchau?



Eu tenho raiva e uma certa revolta de quem parte da minha vida sem explicar o porquê. Minha vida não é aberta pra qualquer um, sabe? Só entra quem é convidado ou quem se convida de uma forma irrecusável. Depois de passar estadia aqui dentro, usufruindo de sentimentos tão meus que eu insisto em dividir, é falta de educação bater a porta e nem ao menos se despedir.

Inspirado no texto #partiu da @alanaedla, do Joaninhas na Janela.

segunda-feira, janeiro 03, 2011