É que eu me fiz assim alheia. Assim, sonhando. Assim, pensando ao mesmo tempo no passado, no presente, no futuro. No futuro. E embaralhando, e misturando os três. Desde criança tive essa boca aberta, que não se fechou com anos de de tratamento odontológico e fonoaudiológico. Olhos alheios, boca aberta. Embasbacada com o mundo. O bem e o mal do mundo. As pessoas do mundo. As cores do mundo. Os sentimentos do mundo.
É que eu me fiz assim: sozinha em mim. Mas querendo ser duas, três, quatro, mil. Mas no fim, ainda sozinha em mim.
É que eu me quis assim: pôr do sol no mar. Frio no verde colorido. Mãos, braços e abraços. Sorrisos, alegria. Sair correndo na chuva. Eu me quis chuva! Escorrendo, correndo, passando feliz.
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