segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Marcando o tempo pelos arrepios

Conheci o poeta Carlos Nóbrega quando trabalhei em um programa de cultura em uma rádio há alguns anos. Não ele pessoalmente, mas a poesia dele (que não deixa de traduzi-lo). Desde então sempre leio e releio os 2 livros que tenho: Breviário e Árvore de manivelas. Quero encontrar os outros e devorá-los como fiz com esses que moram na minha prateleira.

Hoje esse poema do livro "Árvore de manivelas" me encontrou:

"Tempo não é dinheiro
Carlos Nóbrega

Eu marco o tempo pelos carneiros
que vivem nas nuvens
e que se desmancham em rostos e nada.
Marco o tempo pelo vôo das pipas
o cair dos dentes
e o nascer dos seios.
Eu marco o tempo pelos arrepios."

Leiam entrevista recente com ele aqui

domingo, fevereiro 13, 2011

Queria saber escrever versos muito lindos

Queria saber escrever versos muito lindos para presentear com música e sentimento. Mas minha sensibilidade ainda não chegou ao patamar mais alto. Quando a música deixar só de entrar em mim, para então também poder sair, talvez eu possa dizer que avancei para um nível cobiçado na escala dos sentimentos. Pudera eu. Mas, por enquanto não. Por ora, sou só espera.

Quando eu for um dia poeira de estrelas,
quando for o firmamento meu lar
(Eu: ansiosa a esperar);
Quando a Lua estiver tão mais próxima
que eu nem possa mais cobiçar -
E Ela estiver tão branca
e grande
e cheia pra sempre
que seja impossível não contemplar
- e vai estar;
Quando eu não precisar fechar os olhos
Para poder sonhar;
Eu espero conseguir não querer o impossível
Nem sonhar com o que não vem
(Nem nunca virá.)
E me conformar!