quinta-feira, abril 08, 2010

Clandestina

Eu sou uma clandestina. Escondam-me, por favor. Mais uma vez descobriram: eu sou uma clandestina no mundo. E eu vou ter que correr e me esconder. Não é fácil ser clandestina! Mas, pelo menos, tem quem se compadeça dos clandestinos em um navio ou tentando a vida na soy loco por ti America. Eles só querem ser felizes, né? Eles correm riscos para tentar ser felizes, olha que bonito. Eu também, gente.

Silêncio, não espalhem, mas eu tô aqui de clandestina. Vim presse mundo achando que ia ganhar bem, ter um cachorro de orelhas caídas, carro na garagem, Ap bonitinho, casa de serra. Achando que ia casar e ter lindos e saudáveis filhos. Achando que aos 30 ia ter a vida que pedi ao Papai-do-céu. Mas descobri que vida de clandestina não é tão fácil. Não é tão fácil falar tudo o que se acredita ser necessário sem ser mal-interpretada. Nâo é tão fácil escolher as coisas nesse mundo: trabalho, amigo, par. Nem é fácil arranjar um lugarzinho pra se esticar e tomar um cadim de Sol. E assim como grande parte dos clandestinos da terra do tio Sam tem que se submeter a passar o resto da vida dançando em boates ou servindo drinks, uma clandestina no planeta Terra tem que se submeter a muita coisa. Não dá pra simplesmente cansar e voltar, minha gente. Tem que prosseguir com o que se conseguiu.

Mas antes de eu viajar não lembro de terem me dito como as pessoas por aqui são complicadas. Ou fui eu quem deletei essa informação da minha memória pela vontade de mergulhar por aqui?

2 comentários:

Vitória disse...

Nossa, que texto ótimo! parabéns

salamandra mágica disse...

Oi, Vitória =)
Obrigada por ler essas palavrinhas que sopro por aí! Volte sempre ;)