sábado, setembro 01, 2007



Disse que era um dedão do pé que não sabia sorrir. Disse também que ele vivia triste, macambúzio, apertado naqueles tênis azuis chulezentos (urgh). Disse que ele era assim porque queria ver o mar, sentir a brisa correndo bem em cima da sua unha, remexer na areia igualzinho àqueles cachorros sem dono que vivem livres pra sambar por aí. Mas ele tinha nascido dedão do pé. E os dedões do pé estão fadados a viver escondidos nos sapatos apertados das pessoas. Pelo menos ele vivia pregado ao pezinho de uma criança, que de vez em quando jogava futebol descalça sem que a mãe visse. Ah, horas felizes, aquelas em que ele ficava bem pertinho da areia quente, impulsionando o pé pra frente, correndo atrás da bola dente de leite.
Um dia a criança dona do pé ouviu um grunhidinho longe, meio sentido. Pois não é que vinha bem de lá, do dedão do pé esquerdo? (É, porque as crianças, sim, tem o poder de ouvir tudo, tudinho, com o coração). E ela olhou pra baixo e ouviu os lamentos do pobre do dedão do pé. Ele queria respirar, ué! Ver as coisas, sentir o vento, pular aqui e acolá. E, você sabe, criança é o ser mais sensível que existe. Disse que, agora, ela esconde o tênis e só sai de sandalhinha de dedo. E que vai mais à praia e que remexe horas na areia com seus pezinhos número 30. Disse também que ela pegou uma canetinha cor dos amores-perfeitos e desenhou um sorrisão bem na cara do dedão do pé mais feliz do mundo.

"É o mundo que anda hostil. É o mundo que anda hostil"

sábado, julho 21, 2007

Wie ein Elefant im Porzellanladen



Wie ein Elefant im Porzellanladen. Como um elefante numa loja de porcelana. Pensou no estrago? Para onde você se vira, quebra uma xicrinha, um pirezinho, uma jarra, um prato de sobremesa. Cada dia mais eu me solidarizo com os elefantes. Tão grandes. Tão enrugados. Tão incompreendidos (isso porque cada dia mais eu me sinto incrivelmente semelhante a eles). Elefantes nunca fariam balé. Elefantes nunca fariam step. Elefantes não têm coordenação motora. Elefantes têm sobrepeso. Elefantes têm medo de ratos. Elefantes têm realmente cara de quem quer passar despercebido, mas... imagina só se um elefante passa despercebido. Mas a tromba eu não tenho, não.

"Elefante co-lo-ri-dô! Que cor?"

segunda-feira, junho 25, 2007

Bom dia!

Hoje um Raio de Sol danado insistiu em me acordar. Eu tentei me esconder dentro de mim. Eu juro que eu tentei. Mas é que ele veio tão de mansinho, carregando aquelas particulazinhas de poeira. Eu senti o hálito quente do raiozinho: "bom dia".

Bom dia! Mas hoje meu dia ia ser de cão, raiozinho de Sol danado! Estraga tudo.

Suspiro. Mas que diazinho mais lindo amanheceu nesse mundinho pequeno de meu Deus!


"Sobre os poetas
O mágico nunca conta os seus segredos
O poeta nunca explica uma entrelinha"

Rita Apoena

quinta-feira, junho 21, 2007

Educação é tudo

Educação é tudo, já dizia minha mãe. Taí algo de que eu não posso reclamar que não tive: E-DU-CA-ÇÃO. Talvez o mundo esteja assim, viradinho-da-silva, pela falta da danada da educação.

Não, educado não é só aquele que dá bom dia, diz "saúde" depois de um atchim, ou come de boca fechada. Não, não! Para mim, ser educado vai bem mais além (mas muito mesmo). Poucas foram as pessoas verdadeiramente educadas que eu encontrei nessa minha vidinha. Sabe aquele seu amigo que não ri das quedas alheias? Não, nem daquelas gigantescas, com direito a torcida de pé. Fresco, você diz. Sem-gracinha, no mínimo. Pois eu digo: ele é educado. Sabe aquela sua amiga que não fura a fila do banco de jeito nenhum e não passa na frente de seu-ninguém? Besta, você diz. Certinha, no mínimo. Talvez você não diga nada disso, porque você, meu amigo, deve ser educado, assim como a que-não-fura-fila-nem-pelamordedeus. Assim também como aqueles poucos que valorizam os sentimentos, que respeitam, que ajudam, que seguram os livros das pessoas nos ônibus, que se preocupam e se colocam no lugar do outro, enfim.

Num desses dias de sol escaldante, paramos eu uma amiga para tomar um refrigerante (como estava calor, rapaz). Era hora do almoço e nós, pobres trabalhadoras não-assalariadas, contentamo-nos em dividir um refrizinho e falar mal da vida. Na mesa ao lado um menininho morto de fofo. Não pude resistir à fofura do garotinho. "Qual a idade dele?", perguntei pra mãe. Ele tinha um ano e alguns meses. Tentando demonstrar a sapequice do filhote, o pai solta a pérola: "Paquera com elas, filho". A fofurinha, com as bochechas cheia de baião-de-dois e os cabelos molhados do mar da praia, pisca os olhinhos pra nós duas. Hehe. Bonitinho. Também achou, né? Ele nem entende mesmo o que é paquerar. Mas espera uns 7 anos. É por isso que as crianças crescem cada vez mais rápido, meu Deus.

É, amigos. Estão achando radical demais? Então lembrem daquele menino de sete anos que o pai chama para ver as mulheres lindas, gostosonas e semi-nuas no Carnaval. O filho é muito macho, ele diz. Parabéns, papai. Você está criando um novo canalhinha. Sim, ele vai se lembrar disso quando crescer. Sim, ele vai desvalorizar as mulheres por onde passar e, de quebra, vai achar que o corpo é o mais importante no sexo oposto. E depois talvez ele seja aquele quarentão que ainda acha que é adolescente e só quer curtir. Ou aquele que trocou a mulher de 40 por duas de vinte. (É, aquele mesmo, que descobre um dia que jogou a vida no ralo do banheiro mais sujo da cidade).

Eu estou olhando pro mundo agorinha, mãe. Meio revoltada, é verdade. É, mãe, você estava certa. Educação é mesmo tudo. E, Quintana, concordo que "é um mundo louco, esse nosso mundo".

Ariane
(hoje se dando o direito de terminar não com um, mas com dois trechinhos de músicas)
"Vem comigo procurar algum lugar mais calmo
Longe dessa confusão e dessa gente que não se respeita
Tenho quase certeza que eu não sou daqui"
"Hoje eu tenho apenas uma pedra no meu peito
Exijo respeito, não sou mais um sonhador
Chego a mudar de calçada
Quando aparece uma flor
E dou risada do grande amor
Mentira..."

sábado, junho 09, 2007

Ponto de ônibus. Banquinho vago. Pensando na vida e cantando baixinho "I can't always be waiting, waiting on you. Tchans-tchans-pã pã pã". Depois de passar minutos infindos perguntando coisas que a mãe não se digna a responder, olha pra mim. "Mãe. afasta aí. Deixa eu sentar no meio".
-Oi. Isso daqui é teu?
-Não, meu bem. Não é, não. - Olho pra rua. Não, não é meu ônibus. "waiting, waiting on yoooouu".
-Achei no chão. Humpf.
-An-ham. - é, eu não estava para conversa.
-Vai pra onde, hein?
-Ahn?- "I can't always be playing, playing your foooool".
-Pra onde que tu vai?
-Ah! Pra casa. E tu? - molequinho engraçado. Hehe.

-Pra onde a gente vai mesmo, mãe?
-Pra casa da Fulana, filho.

-Pra casa da Fulana. :)
-O que tu vai fazer lá?

-Mãe, o que a gente vai fazer lá?
-Levar ela pra cortar os cabelos.

-A gente vai levar ela pra cortar os cabelos!
-Hum. - é, eu tinha ouvido- Quantos anos tu tem?
-Assim ó!- Eram quatro dedinhos mínimos. Um ele abaixou com a outra mão. No fim ficaram três, bem apertadinhos.

-Vamo, filho. Chegou. - corre, corre.

-Tchau ^^
-Tchau, amigo ^^

Crianças são mesmo muito espôntaneas. Invejinha.

sexta-feira, maio 18, 2007

♪You're gonna be just fine ♪

Olá, fantasmas que habitam esse meu lar virtual! Não, eu não abandonei vocês, queridos. Mas, amados ectoplasmas, estou realmente sem tempo para escrever algo que não tenha a ver com monografias e textos jornalísticos. Então, não chorem e se contentem com a vasta produção alheia. Que, afinal, é de bem maior qualidade, devo ressaltar. Sugiro que cantem comigo e com The Corrs. A vida no além-túmulo virtual vai ser muito mais feliz. Abraços na jumenta voadora!




Would You Be Happier



por The Corrs


"Have you ever wondered where the story ends and how it all began?


I do (I do I do I do...)


Did you ever dream you were the movie star with popcorn in yourhand?


I did (I did I did I did...)


Do you ever feel you're someone else inside and no one understands?


You are (you are you are you are...)


And wanna disappear inside a dream but never wanna wake?


Wake up




Then you stumble on tomorrow


And trip over today




Would you be happier if you weren't so un-together?


Would sun shine brighter if you played a bigger part?


Would you be wonderful if it wasn't for the weather?


You're gonna be just fine (gonna be just fine)




Are you not afraid to tell your story now, but everyone is gone?


It's too late (it's too late it's too late it's too late...)


Was everything you've ever said or done not the way you planned?


Mistake




And so you promise that tomorrow


Be different than today




Would you be happier if you weren't so un-together?


Would sun shine brighter if you played a bigger part?


Would you be wonderful if it wasn't for the weather?


You're gonna be just fine (gonna be just fine)




I think you're gonna be just fine


You're gonna be just fine (fine)


So don't worry baby (don't worry baby)




And you're racing for tomorrow


Not finished with today




Would you be happier if you weren't so un-together?


Would sun shine brighter if you played a bigger part?


Would you be wonderful if it wasn't for the weather?


I think you're gonna be just fine (gonna be just fine)




Would we be happier if we weren't so un-together?


Would sun shine brighter if we played a bigger part?


Would we be wonderful if it wasn't for the weather?


I think we're gonna be just fine (gonna be just fine)




I think you're gonna be just fine


Don't worry baby


You're gonna be just fine


Don't worry honey


You're gonna be just fine


Don't worry baby




You're gonna be just fine..."




♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪♪

quinta-feira, maio 10, 2007

Poema





"Eu hoje tive um pesadelo e levantei atento, a tempo


Eu acordei com medo e procurei no escuro


Alguém com seu carinho e lembrei de um tempo


Porque o passado me traz uma lembrança


Do tempo que eu era criança


E o medo era motivo de choro


Desculpa pra um abraço ou um consolo


Hoje eu acordei com medo mas não chorei


Nem reclamei abrigo


Do escuro eu via um infinito sem presente


Passado ou futuro


Senti um abraço forte, já não era medo


Era uma coisa sua que ficou em mim, que não tem fim


De repente a gente vê que perdeu


Ou está perdendo alguma coisa


Morna e ingênua


Que vai ficando no caminho


Que é escuro e frio mas também bonito


Porque é iluminado


Pela beleza do que aconteceu


Há minutos atrás"

domingo, abril 29, 2007

domingo, abril 15, 2007

Hug me*


"She isn’t beautiful. She isn’t rich. She isn’t very intelligent too. And sometimes she doesn’t like people. But sometimes she loves them.
Everything is relative for her. Everything. And if today she said who she loves you, tomorrow it’s possible to be wrong.
She’s just a girl. A girl who loves cold weather, parents, ice cream, family, kisses, friends, hugs and boys. So you think “That's just a normal girl”. But in this way, you are very wrong. Or not.
"

"So just hug me now anda I will forget evrything. Evrything"*

terça-feira, fevereiro 27, 2007

Reportagem velhinha. De 18 de Abril do ano passado. Cuidado com o cheiro de mofo ^ ^

Era uma vez... O dia 18 de Abril


Ariane Adla

Era uma vez um menino. Um menino comum, desses criados em fazenda. Um menino que gostava de brincar e de criar brinquedos. Tinha boneco feito de chuchu, tinha boneco feito de todo tipo de fruta e de verdura. E era uma vez o dia do aniversário desse menino: 18 de abril.

O menino foi crescendo e descobrindo muita coisa, como os meninos que crescem costumam descobrir. O nosso menino (que já não era tão menino assim) descobriu que gostava de escrever. E gostava de crianças. Gostava do seu país, o Brasil. E resolveu passar o resto da vida dividido entre suas grandes paixões: as letras, as crianças e o seu Brasil. “Um país se faz com homens e livros”, ele dizia.

E foi escrevendo livros que o nosso pequeno menino se tornou um grande homem e escreveu na história do seu amado país seu nome: Monteiro Lobato.

É por causa do nosso Monteiro Lobato que nós comemoramos o Dia do Livro Infantil no Brasil exatamente no dia 18 de Abril (dia do aniversário do ex-pequeno menino, veja só).

À época de Lobato, os livros infantis eram ainda os clássicos. A grande maioria sem ilustrações ou atrativos para os “adultos em miniatura”. Foi ele o pioneiro na utilização de gravuras atrativas e coloridas nos livros não só infantis. Foi ele, aliás, o criador da primeira editora, a Monteiro Lobato & Cia. “Livro é sobremesa: tem que ser posto debaixo do nariz do freguês", dizia ele que, para provocar a gula do leitor, tratava o livro como um produto de consumo como outro qualquer, cuidando de sua qualidade gráfica e adotando capas coloridas e atraentes.

Lobato utilizava uma linguagem inovadora e envolvente para falar com as crianças sobre os mais diversos assuntos, tornando a gramática e aritmética, por exemplo, coisas gostosas de se aprender.

Ele publicou quase 30 livros infantis que são dignos de serem saboreados pelo público de todas as idades. É como disse um amigo de Lobato, o crítico e ex-presidente da Câmara Brasileira do Livro (CBL), Edgar Cavalheiro, “Lobato é mais do que o autor de um grande livro infantil: é autor de toda uma saga, todo um rocambole que faz as delicias dos meninos de 8 aos 80 anos."

E podem ser mesmo saboreados por qualquer idade, como atesta a professora do Ensino Fundamental I, Larissa Gifoni. Ela é a prova viva de que os infantis de Lobato, não só os do Sítio do pica-pau amarelo, são perfeitamente consumíveis por qualquer público. “Eu mesma fiquei encantada quando li ‘História do mundo para as crianças’, como ele explica as coisas de uma maneira tão simples e atrativa ao mesmo tempo. Não me canso de estar sempre lendo Lobato. E por um momento achei que os meninos da minha turma iam dar um pouco de trabalho para ler os livros dele, mas eu tive uma surpresa”.

E que agradável surpresa! Em comemoração ao dia do Livro Infantil, Larissa resolveu trabalhar com as crianças da primeira série o autor Monteiro Lobato e a leitura de seus livros.

Em primeiro lugar ela contou essa mesma história que você acabou de ler sobre a vida do escritor em linguagem infantil. Em um segundo momento Larissa apresentou os livros de Lobato e fez algumas atividades de contação de histórias do Sítio do Pica-Pau Amarelo.

O resultado superou as expectativas: as crianças passaram a buscar os livros infantis sem que fossem obrigadas a ler. “Eu me surpreendi, realmente. Eu não achava que aquelas crianças de 6 a 8 anos iriam agüentar ler aqueles exemplares de mais de trezentas páginas, como são as edições que nós temos na nossa mini-biblioteca. Mas esses exemplares foram muito procurados. Eles passavam horas lendo, pediam para levar para casa. E tudo aconteceu de uma forma completamente natural”, conta Larissa, que fez uma pequena biblioteca só com livros de Monteiro Lobato na sala de aula, à parte da biblioteca da escola.

Vítor Abreu, de 7 anos, foi um dos que se empolgou bastante com a pequena biblioteca na sala de aula. O menino se identificou muito com a história do menino Monteiro Lobato e com as histórias que ele escreveu. Até boneco de Sabugo de Milho ele já tentou fazer. “Mas esse que eu fiz não falava”, fez questão de frisar.

Apesar de ter saído da alfabetização há pouco tempo, Vítor diz que não acha que os livros de Monteiro Lobato sejam cansativos. “Tem gente que se assusta quando vê assim desse tamanho os livros. Mas você lê de pouquinho em pouquinho e é tão legal que você nem vê o tempo passar. Quando você vê já tá no fim”.

Ele se identifica mais com o personagem sábio Visconde de Sabugosa e com a ‘asneirenta’ Emília: “A Emília tá sempre fazendo confusão. Mas no fundo ela boazinha, mesmo ela não tendo um coração costurado nela. Ela é muito engraçada. O Visconde, ele sabe muita coisa. Eu quis fazer um pra mim, mas o meu não criou vida, não”.

E é utilizando o recurso que a professora Larissa utilizou, a contação de histórias, que o escritor cearense Almir Mota incentiva os pequenos no projeto Casa do Conto.

O projeto acontece na biblioteca pública Menezes Pimentel, em Fortaleza, e tem como proposta o incentivo à leitura. Uma boa idéia para os professores que já atestaram que a contação de histórias é um bom recurso para chamar a atenção dos alunos para os livros. E uma ótima oportunidade para criar nas crianças o hábito de freqüentar a biblioteca, local muito esquecido nos dias de hoje em todas as cidades.

Na Casa do Conto, Almir e sua equipe se caracterizam com roupas diferentes (vestidos compridos, chapéus, roupas coloridas) e contam diversas histórias aliadas a músicas. “As pessoas perguntam como é que isso incentiva a criança a ler. Depois da história, é normal a curiosidade delas pelas histórias escritas. E nós todos conduzimos as crianças às prateleiras. Elas adoram. A média de crianças aqui chega a 50, em período de aulas”, diz Almir Mota.

É o caso de Pedro Dezimón, de 9 anos. Ele começou visitando a Casa do Conto e hoje vem todos os dias à biblioteca. “Eu peço pro meu pai me trazer e eu fico aqui enquanto ele trabalha. Eu participo das histórias aqui e leio e desenho bastante, porque eu quero ser escritor e desenhista”, conta-nos. É o futuro do país dentro das bibliotecas.

terça-feira, fevereiro 20, 2007



Janelas floridas são mais alegres. Coloridas. Já pensou se a vida na cidade oferecesse mais flores nas janelas? Se a minha , a sua janela fosse aberta todos os dias e cada um pudesse ver o orvalho nas pétalas coloridas? Todas as manhãs...

E se os muros não fossem mais cinza e branco? Se todos pintassem suas casas de azul turquesa ou rosa bebê? E se todos cultivassem lírios e copos de leite e margaridas e antúrios e amores-perfeitos nas suas janelas, nos seus jardins, nos seus olhares e sorrisos?

Talvez todos acordassem melhor. Correr menos. Comer melhor. Dizer bom dia. Olhar nos olhos das pessoas. Talvez.
"Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo
prefiro acreditar no mundo do meu jeito
E você estava esperando voar
Mas como chegar até as nuvens com os pés no chão?"

terça-feira, janeiro 30, 2007


"Quando eu for,

um dia desses,

Poeira ou folha levada

No vento da madrugada,

Serei um pouco do nada

Invisível, delicioso


Que faz com que o teu ar

Pareça mais um olhar,

Suave mistério amoroso,

Cidade de meu andar

(Deste já tão longo andar!)

E talvez de meu repouso..."


- Mário Quintana

sábado, janeiro 13, 2007

Esconde-esconde


Vamos brincar de esconde-esconde?
Feche os olhos
agorinha assim.
E enquanto eu me escondo entre a terra do Nunca
e a terra de Oz
Você procura no País das Maravihas
Lentamente
Até esquecer assim completamentemente
que completamente só tem 1 mente.

Mas que coisa chata não poder brincar com as palavras!