terça-feira, junho 19, 2012

E eu quero fazer a minha alma.

"Eu não entrei na trilha dos saltimbancos por acaso, nem para ser um reles fazedor de graça. Eu queria consagrar a minha vida através de um imperioso apelo vocacional. Mas as pessoas, com suas receitas de sucesso, sem nenhum escrúpulo, sem nenhuma sensibilidade, vieram me falar de mil e um palhaços geniais. Para (...) Bobo Plin se irmanar com os grandes palhaços que luziram nos palcos e picadeiros tem que se esquecer deles para sempre. Não pode recolher nenhuma indicação deixada no caminho. Tem que andar sem bússola, na mais tenebrosa escuridão. Qualquer brilho, qualquer estrela, qualquer sol, qualquer referencial vira um ponto hipnótico embrutecedor. E eu quero fazer a minha alma." Esse é um trecho da peça de Plínio Marcos, Balada de um palhaço. E a imagem abaixo é do filme lindo e sensível, "O Palhaço", do Selton Melo. Embora não seja claramente uma adaptação do texto do Plínio Marcos, ambos tem mais ou menos a mesma trama, apesar de finais diferentes. Um palhaço que se questiona: quero mesmo ser palhaço? "Eu faço o povo rir. Mas aí quem é que vai me fazer rir?", diz Benjamim, personagem de Selton Melo.

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