- Nome?
- Ariane, mas pode chamar de Ari, Ári.
- Qual a queixa da senhora?
- Senhorita, que ainda não casei, doutora. Nem casei.
- Da senhorita...
- É dor - diz e se deita lentamente na maca. Pensa que é um divã.
- Onde é a dor?
- Bem aqui, no coração - toca no local com cuidado.
- E como é essa dor? Arde? Se espalha?
- Arde demais. E se espalha também. Minhas costas ficam tensas, meu pescoço. Tudo dói. E é uma ardência sem fim. Queima tanto. - levanta desesperada. Depois deita e olha para o teto. - Acho que morro aos poucos, doutora. Deve ser sério. Acho que morro.
- Sei. E a dor melhora com alguma coisa?
- Sim. Chocolate. É tiro e queda.
- Sinto, mas só posso encaixar seu problema como dor psicogênica.
Ela engasga. Tosse.
- E é grave doutora?
- Apaixona-se com frequência?
- Pouco, mas intensamente.
- Sim, é grave.
2 comentários:
Ari, também sofro desse mal. Chocolates diet e light são contra-indicados :***
demais
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